segunda-feira, 4 de junho de 2012

Projeto escolar Cultura e Identidade

Figura 1 - Rio Tracunhaém (Em Tupi: Panela de Formigueiro)
Figura 2 - Moradora lava roupa no rio
 Durante os meses de abril e maio de dois mil e doze, corpos docente e discente, bem como toda a comunidade de Vila Urucuba, onde está localizada a Escola Municipal Cônego Deusdedith, mobilizaram-se para a realização do vídeo documentário A Influência dos Povos Indígenas e Africanos em Vila Urucuba, como parte do Projeto Resgatando a Origem histórica de Urucuba. A partir desse trabalho, procurou-se mostrar as influências das culturas afro-brasileiras e indígena na construção histórica do distrito que pertence ao município de Limoeiro, tomando como base a resposta a alguns questionamentos. Como eles chegaram à localidade? O que fizeram? De que forma contribuíram para a formação de Vila Urucuba? Onde estão, hoje, os seus descendentes? 

Figura 1 - Alunos aprendem na prática o plantio da batata
Figura 2 - Aluno arranca a macaxeira do solo
  O projeto tem como objetivo o cumprimento das determinações previstas nas leis 10.639/03 e 11.645/08 que juntas alteraram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional visando incluir a obrigatoriedade do ensino da “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo oficial da rede de ensino do Brasil. Para tanto, nós que fazemos a Escola Municipal Cônego Deusdedith decidimos cumprir as determinações da lei aplicando-a a realidade da comunidade onde a instituição está localizada com o intuito de fazer com que nossos alunos reconheçam a presença das culturas africana e indígena no seu cotidiano e, assim, passem a valorizá-la cada vez mais.

Figura 1 - Artesã Maria de Lourdes confeccionando cachimbos
Figura 2 - Sr. José Manoel iniciando um balaio (cesto de cipó)
O projeto apresentado à Comissão do Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2009-2012 engloba os registros de tudo que fez e faz parte da história de Urucuba, localidade onde reside o nosso corpo discente, conseguido através da rotina de pesquisa, aulas passeio e entrevistas que acompanharam o andamento de todo o projeto. 

Figura 1 - Gestora Lúcia com alunos no Engenho Guabiraba
Figura 2 - Restos de algumas máquinas do engenho
Em nosso documentário, procuramos mostrar alguns costumes dos índios e negros, como o ato de moer milho entre duas pedras para fazer o xerém e o fubá, a pescaria do “jereré” e anzol, a lavagem das roupas no rio utilizando apenas como suporte a pedra; e a fabricação da farinha de mandioca com peças artesanais. Dentre as atividades econômicas perpetradas pelos antepassados e que até hoje são praticadas pelos moradores da comunidade encontramos as plantações de batata doce, feijão, mandioca e inhame.

Figura 1 - Capela de Santa Ana, no Engenho Guabiraba
Figura 2 - Prof.ª Pietronila explica sobre a história da capela

No artesanato, prática desenvolvida entre os índios como forma de desenvolver o espírito coletivo, destacamos a arte de fazer objetos com cipó e a confecção de cachimbos de barro confeccionados por membros da comunidade e levados para diversos estados do Brasil, como Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Mostramos também um lugarejo chamado Cruz de Pedra. Na localidade, D. Maria, moradora da comunidade, contou a história do confronto envolvendo um grupo de índios e um padre, que resultou na morte do religioso.

Figura 1 - Pescaria com uso do jereré
Figura 2 - Moradores pescam no Rio Tracunhaém
O rio que banha o distrito de Urucuba, onde é praticada a pescaria e cujas águas servem para abastecer a comunidade, irrigar as plantações e criar animais também foi lembrado. O Tracunhém, como é chamado, é um nome de origem tupi que significa “panela de formiga” ou “formigueiro”. Visitamos, ainda, o Engenho Guabiraba, o mais importante da história de Urucuba e cujo dono era pai do Cônego Deusdedith, patrono da nossa escola e que tinha o desejo de libertar todos os escravos do engenho. Para lá, no passado, foram levados muitos escravos. Esse projeto foi trabalhado de maneira interdisciplinar, tendo como objetivo principal o estudo das origens de Urucuba. Entretanto, a temática cultura afro-brasileira e indígena já vem sendo vivenciada na escola em momentos especiais, como a Jornada Pedagógica Interdisciplinar, evento que acontece uma vez ao ano e que trabalhou o tema em dois mil e onze.

Figura 1 - Sr. Reginaldo explica sobre o moinho de pedra
Figura 2 - Sra. Marinete e alunos no forno da casa de farinha
Em anexo a esse relatório, segue o DVD, onde está registrado o nosso documentário, as autorizações do uso de imagem, um recorte do Jornal Viver Notícias, através do qual conseguimos divulgar para os moradores de Limoeiro e outros 16 municípios (Agreste Setentrional, Mata Norte e Região Metropolitana do Estado) o nosso projeto e fotos da Jornada Pedagógica Interdisciplinar e do momento das entrevistas feitas pelos nossos alunos para a composição do documentário.

Figura 1 - D. Maria explica a influência indígena na localidade
Figura 2 - A moradora aponta onde havia uma cruz feita de pedra